Exposição das obras de R. Peixe abre a programação do aniversário de Macapá
Artista plástico se notabilizou por retratar Macapá e sua cultura em diversas telas, algumas delas expostas em órgãos públicos do governo e fora do Amapá.
Obras ficarão expostas de 1 a 4 de fevereiro na Fortaleza de São José de Macapá
Os macapaenses poderão conhecer um pouco mais da obra do artista plástico R. Peixe, que será parte da programação do Governo do Amapá para celebrar os 261 anos de Macapá. As telas que fazem parte do acervo do governo estarão expostas a partir desta sexta-feira, 1º, na Fortaleza de São José de Macapá. A exposição ficará aberta ao público até o dia 4, data em que se comemora o aniversário da capital.
São telas que retratam a cidade antiga, os monumentos e a cultura amapaense, pintadas com um toque que ninguém mais conseguiu fazer depois do mestre. Para Beto Peixe, filho de R. Peixe, a exposição simboliza uma justa homenagem ao homem que fez de sua arte, uma maneira de mostrar Macapá de um jeito como ninguém imaginou.
“Meu pai dizia que fazia isso como forma de mostrar para as futuras gerações, como era a cidade antigamente. Ele tinha essa preocupação”, relata Beto Peixe que também é artista plástico.
Beto conta que passou a pintar após o falecimento do pai – que morreu em março de 2004. “Não tive a oportunidade de estudar com ele, como a maioria dos artistas que pintam em Macapá. Na verdade, aprendi muito olhando ele pintar. Hoje faço isso como um hobby”, diz.
Vida e obra
Nascido em São Caetano de Odivelas (PA), R. Peixe foi um artista que buscou em suas obras, valorizar a cidade e o cidadão macapaense. O filho relata que ele se orgulhava da cidade que o acolheu e, fazia questão de dizer que era do Amapá, quando viajava para fora do estado. “Acredito que meu pai buscou retratar a cidade desse jeito, como uma forma de gratidão. Ele amava tanto essa cidade que, em vida pediu para que fosse sepultado aqui”, revela Beto.
Foi R. Peixe quem pintou o retrato da Mãe Luzia, hoje exposta na maternidade que leva o nome da parteira e lavadeira, quando o Amapá ainda era território. Também foi ele quem retratou o mestre Julião Ramos em suas telas.
Hoje, uma parte das obras do artista plástico está exposta em diversos órgãos públicos da capital. No aeroporto de Macapá, há uma tela de 14 metros que retrata a frente da cidade como era antigamente. O artista possui obras em outros estados e até em países como França, Japão, Estados Unidos e Itália.
R. Peixe passou os últimos anos de sua vida morando em Natal, capital do Rio Grande do Norte, onde também se notabilizou ao retratar a cidade como nunca tinha sido vista antes.
“Os natalenses só passaram a conhecer a cidade depois que ele [R. Peixe] passou a retratar o cotidiano do lugar. Existe uma ponte na cidade e os habitantes desconheciam o que existia embaixo da passagem. Papai começou a retratar os catadores de mariscos e as lavadeiras de roupa”, relatou Betto Peixe, acrescentando que isso fez com que o pai ganhasse o reconhecimento de cidadão natalense.
Raimundo Braga de Almeida, o R. Peixe, nasceu no dia 10 de julho de 1931, em São Caetano de Odivelas, no Pará. O apelido adotado na vida artística surgiu por ser um exímio nadador. Chegou ao Amapá em 1953 para trabalhar na antiga Olaria Territorial e, a partir do início da década de 60, sua produção artística começou a ganhar força.
Foi o grande idealizador e fundador da escola de artes Cândido Portinari, sendo o primeiro diretor da instituição. Foi professor de vários artistas plásticos, que veem a figura do mestre como a grande inspiração para as suas obras.
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